Artigo

Crime ambiental

Por Paulo César Olmedo -  Engenheiro Civil

Às vezes eu me pergunto, como diria o maluco beleza, como pode um órgão responsável pelo meio ambiente cometer um ato parecido com crime contra a natureza, que eles tanto demonizam? Foi o que aconteceu semana passada, no Cassino, no passeio de minha residência e de muitas outras, como pude verificar posteriormente. Estava eu mostrando uma residência à venda, bem próximo a minha, quando ouvi um ruído que parecia ser de moto-serra, mas confundi com um de cortador de grama e até fiquei alegre, pois pensei que finalmente estavam limpando a grama que cresce junto ao meio-fio das calçadas. Não no meu, pois mando limpar todos os meses às minhas custas, mas no dos outros vizinhos, que ficou crescendo durante todo o veraneio. Ledo engano. Quando retornei a minha residência, quase chorei, não sei se de raiva ou outro sentimento qualquer que se encaixasse naquele momento.
Uma aroeira florescendo, cheia de pimenta rosa, plantada há mais de 40 anos por meu cunhado, Dr. Sérgio Chim dos Santos, já falecido há mais de 20 anos, deixou-me estarrecido. Ela estava simplesmente mutilada, aleijada e parecia que as lagrimas caiam de seus galhos, como se olhos fossem, e que aquela sombra que ela proporcionava todos os verões não seria mais oferecida a quem deixava os carros debaixo de seus cachos de frutas e caracóis de sua folhagem. Ao me informar com os vizinhos, foi-me dito que era uma caminhonete Mitsubishi branca com o adesivo da SSMA, Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Rio Grande. Procurei e achei a dita cuja, com três funcionários que não souberam informar o telefone do órgão nem o nome do secretário, pois gostaria de uma explicação dele sobre as barbaridades que estavam praticando por todo o balneário. Só disseram que estavam cumprindo ordens. Perguntei também se tinham curso de podas e se sabiam que as podas devem ser realizadas a partir do mês de maio. Não obtive respostas daqueles funcionários zelosos, porém sem qualificação nenhuma para praticar os atos bárbaros que praticaram por ordem superior.
Então fui a Secretária Especial do Cassino, já com novo secretário que, como os demais, não podem atender, pois estão em constantes reuniões. Relatei a sua recepcionista e deixei meu telefone para ter um diálogo com ele, mas pelo andar da carruagem parece que eles também têm culpa no cartório e não houve retorno algum.
Como o meu DNA é antigo, criado no ano de 1951, fico conversando com meus botões e fazendo várias perguntas silenciosas a minha massa encefálica. Porque quando pedimos para podar uma árvore aos órgãos ambientais precisamos esperar meses para receber uma resposta, e às vezes nem respondem. Se for para suprimir, mesmo que ela esteja prejudicando a tua mobilidade ao entrar na garagem, como já fiz um pedido há anos e não obtive resposta, ai a porca torce o rabo e a resposta geralmente é negativa, mas fazer o que eles fizeram no Cassino, pode.
Mesmo cargos de confiança dos senhores prefeitos devem ser sopesados e nomeados aqueles que tenham qualificação para a área em questão, mais ainda para o de secretário e não fazer como no âmbito federal em que a qualificação necessária é que sejam companheiros, como certos ministros ou ministras, que não dariam certo nem como síndicos do edifício onde residem. Fica o alerta, pois povo que não reivindica seus direitos acaba virando povo escravo.

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